Residente do HUBFS cria aparelho para diagnosticar catarata

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Residente do HUBFS cria aparelho para diagnosticar catarata

O médico Rafael Scherer, do 3º ano da residência médica de oftalmologia do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS), vinculado ao Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (UFPA)/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), foi aprovado no Programa de Doutorado em Oftalmologia no Hospital de Clínicas (HC) da Universidade de São Paulo (USP). A projeto intitulado “Comparação da acurácia de um dispositivo portátil versus o Sistema Scheimpflug para diagnóstico de Catarata Nuclear com indicação cirúrgica em adultos na cidade de Belém-PA” é desenvolvido por meio de parceria entre o HUBFS e a instituição de ensino paulista.

Segundo o residente, o objetivo do estudo é facilitar o diagnóstico da catarata por meio de um aparelho portátil, denominado Fotosensor de Catarata. O equipamento foi criado por ele e pelo seu orientador, o professor da USP Dr Newton Kara José Júnior. Rafael conta que o aparelho é simples e fácil de manuseá-lo.

“Esse equipamento fará um registro do reflexo luminoso do cristalino e, automaticamente, detectará se existe catarata. Por apresentar um diagnóstico fácil e rápido da doença, agilizará o tratamento”, explica.

Cegueira – Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a catarata é a principal causa de cegueira reversível no mundo. Feito o diagnóstico, é possível revertê-la com o procedimento cirúrgico, fazendo com que o paciente volte a enxergar. Por esse motivo, Rafael entende que o principal desafio é identificar a doença no seu estágio precoce.

A falta de acesso aos consultórios oftalmológicos no estado do Pará é um dos fatores que levam o paciente de catarata chegar ao Bettina Ferro com a doença avançada. “Em São Paulo as pessoas operam cedo da catarata, porque o acesso às consultas com o oftalmologista é mais rápido, mesmo no interior do estado. Aqui no Pará, a realidade é diferente. Normalmente, as pessoas ficam cegas por motivos banais, como a catarata, porque não são diagnosticadas logo e, por isso, não são acompanhadas para o tratamento”, informa.

Diante daquela realidade e baseado na vivência que tem no Bettina, Scherer e o professor Newton tiveram a ideia de criar o aparelho, que será desenvolvido no decorrer de seu doutorado.

Texto: Silvia Giese – Bolsista da Ascom do Complexo Hospitalar da UFPA/Ebserh.
Fotos: de Divulgação e Silvia Giese – Bolsista da Ascom do Complexo Hospitalar da UFPA/Ebserh.